Eu não sei se o nome de um dos últimos vinhos produzidos com apelação aldeia das encostas do Rhone foi escolhido para agradar aos brasileiros... (na verdade eu tenho certeza que não)... mas é certo que invocar Deus no seu nome é um trunfo enorme e seu futuro aqui é promissor... ele não destronará imediatamente o famoso Chateauneuf Du Pape do qual é vizinho, mas vai lhe causar algum mal!!! Ele é muito mais expressivo e ao mesmo tempo forte, sutil, alcaçuz, chocolate negro, pimenta, ele enche a sua boca de sabores quentes compensados por uma boa acidez indulgente.
Utiliza em terceiro uma videira difamada, mas que deve atenuar este vinho o carignan... certamente controlando a sua produtividade porquê o resultado é bem concentrado...
Mas para nós (o “Plan de Dieu” é cultivado a cerca de 60 km das vinhas da minha mãe, nas aldeias de Camaret-sur-Aigues, Jonquières (Vaucluse), Travaillan ET Violès) plano tem vários significados: o do arquiteto, (mapa ou plano) o da vinha, que se planta (nesse caso a gente costuma escrever “plant” mas...) dá a pensar que foi Deus quem plantou essa bebida divina... “Le plan” numa aldeia do sul da França, é também o lugar de encontros, de festas, e às vezes é também o lugar onde ocorrem as corridas “camarguaises” (não me peça aqui para falar das corridas “camarguaises”) resumindo: é engraçado, com nomes subentendidos impressionantes... aproveitem e bebam o “Plan de Dieu”.
Este artigo é, evidentemente, dedicado a François que reina em Curitiba na padaria e pastelaria “Delices de France” e a Francisco, o importador “celebridade” que começaram a importação dessa nova apelação/denominação no Brasil… obrigado à eles… e longa vida à amizade…